Martha Medeiros
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
À todas as fantásticas mulheres.....
Martha Medeiros
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
ACHO A MAIOR GRAÇA
Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
Luís Fernando Veríssimo
Espero que apreciem o texto tanto quanto eu.
domingo, 20 de junho de 2010
Jamais fui morno......
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre
Clarice Lispector
Esta é uma das crônicas mais bem-humoradas e inteligentes de Danuza Leão; alguns críticos "torcem o nariz" para seus textos; mas eu pessoalmente acho seus textos de muito bom humor e inteligência; afinal, se Paulo Coelho ocupa uma das vagas na célebre Academia Brasileira de Letras (o que pessoalmente acho que Machado de Assis deve estar se revirando no túmulo até agora por esta decisão); devemos como leitores saber apreciar textos inteligentes e de perspicácia, como este que compartilho com vocês.
Pela metade
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só...
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade...
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém para não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado...
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate...
Depois a gente vê como é que faz para consertar o estrago...
Danuza Leão
domingo, 23 de maio de 2010
RIFA DE UM CORAÇÃO
Aos meus amigos(as) e leitores(as), um belo texto de Clarice Lispector, espero que o apreciem tanto quanto eu. Abraços calorosos. P.S. o valor da rifa de meu coração é um amor sincero e pleno, que ainda não foi arrematado por nenhum lance.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar...
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
“Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...
Luís Fernando Veríssimo
Já escondi um amor com medo de perder...
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar. Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros. Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros. Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava. Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali". Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais. Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria. Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava. Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda. Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração! Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR! Clarice Lispector
segunda-feira, 22 de março de 2010
MULHER
São muitas, São vivas, São lembradas...
Mulheres que marcaram épocas; sendo poderosas rainhas, severas militantes políticas, implacáveis senhoras de terras. E também aquelas mulheres que não tiveram seu nome gravado no curso da história, mas deixaram sua marca, através do sofrimento e da crueldade. Mulheres que foram jogadas na fogueira por saberem demais, mulheres queimadas e depois santificadas, mulheres que queimaram peças íntimas em praça pública em sinal de protesto contra um sistema falho, mulheres que são donas da noite, com seus vermelhos batons e perfumes esparramados pelo ar.
Benditas essas mulheres que acordam nas madrugadas, precisam pegar uma conndução lotada (às vezes mais de uma) para chegar ao seu local de trabalho, saudações também às nossa medéias com seus sentimentos contraditórios e cruéis; porém, apaixonantes, mulheres que cuidam sozinhas de suas crias, enquanto o "príncipe que virou sapo", as espancam ao chegar em casa.
E o que dizer daquelas mulheres maravilhosas que exibem seus corpos sarados e siliconados para deleite dos olhos masculinos; ou femininos, porque não?. Ah, essas mulheres tão vazias e ao mesmo tempo tão ocupadas por seus agentes ambiciosos.
Não podemos esquecer do eterno símbolo da mulher; a Miss Universo, qual mãe nunca sonhou em ver sua amada filha cultuada como a mulher mais linda do mundo?; mas devemos considerar tais mães por isso, pois elas (ou algumas?), se refletem na imagem da própria cria?.
Enfim; essas e todas as mulheres merecem o nosso eterno amor e o reconhecimento de que definitivamente não existe o sexo frágil.
Sociedade em foco
O texto à seguir foi proposto por minha atual professora de sociologia: Laicy.
Sociedade em foco
Se fizermos uma reflexão à respeito da frase escrita em nossa bandeira nacional: "Ordem e Progresso"; nos perguntaremos o que de fato representa tal lema em nossa sociedade atual. Como podemos alardear "Ordem o Progresso" em um país onde temos aproximadamente 37% de sua população de analfabetos? Que sociedade é essa em que se mata uma pessoa à cada 06 minutos no trânsito? Que sociedade é essa em que terras indígenas são tomadas por exploradores brancos? Que sociedade é essa onde nossos "ilustes" representantes legislativos escondem dinheiro nas meias e na cueca? Que sociedade é essa onde morre uma criança à cada 03 minutos vitimadas pela violência do tráfico de drogas?, Não estaria no momento de copiar-mos os franceses quando da Revolução Francesa, onde o povo oprimido e revoltado lutou contra um sistema?. Daí; poderíamos adotar o lema: "Liberté, Ègalité, Fraternité", e talvez; com isso, nossa sociedade será digna de "Ordem e Progresso".
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Hoje quero recomendar um livro que estou lendo; chama-se MENTES PERIGOSAS- O psicopata mora ao lado; da médica e psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, nele a autora descreve através de uma linguagem leve, simples e direta o perfil de um psicopata ou sociopata; como escreve a autora existem várias denominações para essse tipo de "criaturas" frias, insensíveis e perversas.
Ana Beatriz tras à tona relatos verídicos de pessoas que foram vítimas desses monstros disfarçados de amigos, colegas de trabalho, companheiros, etc.
Realmente vale a pena conhecer o livro; pois a autora nos expõe de forma clara e precisa como reconhecer e se prevenir dessas criaturas. Um abraço à todos...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
O verão de 1980 foi marcado por vários acontecimentos nacionais; contradizendo as opiniões públicas mais conservadoras, houve no clube da pequena cidade de Alcântara, o tão esperado baile de carnaval; o grupo de samba da periferia comandara o som; os comes e bebes ficaram por conta do Seu manoel; que cobrava absurdamente pela cervejinha gelada e o bolinho de camarão, e a decoração do salão ficou a cargo de uma turma dos rapazolas que não eram muito bem aceitos pela sociedade mais conservadora; diziam eles:
- Esse grupo é a "degradação"de nossa sociedade, o fruto podre do sistema capitalista.
Bom; eu naturalmente não poderia faltar à esse baile de carnaval; havia esperado o ano inteiro por aquele momento, e naquela noite quando entrei no clube fiquei deslumbrado com o ambiente: - pessoas fantasiadas de palhaços, pierrôs, colombinas, monstros e fadas. O bar do Seu Manoel fôra montado estrategicamente à frente da entrada; passei por ele e pedi "uma cervejinha bem gelada"; a decoração estava incrível; flores, fitas, bandeiras coloridas, confetes e serpentinas criavam o ambiente da festa. O som estava afinado com saudosas marchinhas de carnaval e alguns sambas de terreiro.
No meio do estardalhaço do baile, deparei-me com uma figura fascinate: uma colombina usando uma bela máscara branca, uma vistosa saia de tule e um "collant" bicolor, que compunham o visual daquela jovem garota. Eu; vestido na minha modesta fantasia de pierrô que havia sido emprestada por "um dos rapazolas"; fazia o par perfeito com aquela personagem.
Ao longo da noite os ânimos foram se exaltando; a bebida ficou quente, o samba mais agitado, os rapazolas ficaram mais "animados"; dançando pelo meio do salão encontrei-me novamente com a colombina; ela aproximou-se de mim e num gesto inusitado beijou-me ardentemente na boca. Naquele momento haviam no salão apenas dois personagens: O pierrô e a Colombina, envolvidos pela magia do carnaval.
Os dias seguintes ao baile transcorreram naturalmente; a colombina mascarada nunca mais vi; mas ficou em mim e marca daquele beijo de carnaval.
Um maravilhoso carnaval à todos meu amigos e amigas que adoro; curtam a festa maior de nosso país... e usem camisinha sempre; quem vê beleza não vê doença; lembrem-se disso...cheiro à todos....
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Meus contos, muitas histórias...
RAZÃO X EMOÇÃO
....Sentada à beira de uma calçada, em uma grande metrópole brasileira, ela não sabe o que fazer, não sabe para onde ir e não sabe o que pensar. Tomada pelo álcool e drogas, ela não consegue raciocinar, seus pensamentos são evasivos; as pessoas que por ela passam a olham e assustam-se com aquela figura jogada à própria sorte. É noite; mas nossa personagem - que chamaremos Tamyres - não sente frio, nem fome, ela se encontra completamente absorvida.
Mas Tamyres nem sempre foi essa criatura desprezível, vinda do interior de Minas Gerais, ela tinha uma família numerosa e de gente "criada" conforme os tradicionais costumes mineiros, teve uma infância e adolescência exemplares. "Não se conhece um livro pela capa, nem o homem pela sua profissão",diz o dito popular; talvez por isso não devemos fazer julgamentos quanto à moral de nossa heroína. Por uma força maior que não se sabe de onde veio, ela escolheu a profissão mais antiga da humanidade, vivia e frequentava os melhores ambientes, roupas e jóias eram seus deleites, bebidas e comidas sempre servidas em belas porcelanas; isso tudo financiado por altos figurões da sociedade, políticos em início de carreira, comerciantes fartos de suas esposas, jovens a procura da primeira sensação de prazer. Ela não conhecia o fracasso e por isso vivia a vida de forma desregrada, ajudava as colegas "de trabalho" que não tinham tanta sorte, dando-lhes dinheiro e clientes que ela dispensava ao seu "bel-prazer". Porém; ela não conhecia o verdadeiro amor; mas quando conheceu aquele homem, ela viu-se completamente apaixonada, foi capaz de tudo por ele, aceitou com resignação suas traições, financiou seus luxos em caros restaurantes, suas roupas de griffe, seu carro do ano, esqueceu-se de si mesma e com isso começou sua derrocada, deixou-se levar pelas generosas doses de conhaque, passou a fazer uso de drogas pesadas, perdeu seus clientes e não tendo mais como financiar o seu grande amor, acabou por perdê-lo. A história de nossa heroína termina como se fosse um primeiro de Abril......
Entre 1936 e 1937, Piaf se apresentou no Bobino, um music hall no bairro Montparnasse. Em março de 1937, ela estréia no music hall ABC, onde ela se torna imediatamente uma imensa vedete da canção francesa, amada pelo público e difundida pela rádio. Em 1940,estréia no teatro em uma peça de Jean Cocteau Le Bel Indifférent, escrita especialmente para ela, e que a fez contracenar com seu então companheiro, o ator Paul Meurisse. Ao lado de Paul, ela estréia em um filme em 1941, Montmartre-sur-Seine de Georges Lacombe.
Durante a ocupação alemã na França, Piaf continua seus shows. Muitos a consideraram uma traidora, mas seguindo a guerra, ela declarou que trabalhou a favor da resistência francesa. Na primavera de 1944, Piaf conhece o jovem cantor Yves Montand e passa a ser sua mentora e amante.
Em 1945, Piaf escreveu uma de suas primeiras canções: "La Vie en rose", a canção mais célebre dela e seu grande clássico. Em 1946, Montand estréia no cinema ao lado de Piaf em Étoile sans lumière. Neste ano também o romance terminaria para os dois. Piaf acaba desfazendo o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela.
Em 1947, ela faz seus primeiros shows nos Estados Unidos. Em 1948,durante sua volta aos Estados Unidos, ela conhece o grande amor de sua vida, o pugilista Marcel Cerdan. Marcel de nacionalidade francesa, mas nascido na Algéria, era casado na época e iniciou um tórrido romance com Édith Piaf. Pouco tempo depois dos dois se conhecerem, Marcel tornou-se campeão mundial de boxe. Em 28 de Outubro de 1949, Marcel morreu em acidente de avião em um vôo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento e também pelo sofrimento de poliartrite aguda, Édith Piaf começa a se aplicar fortes doses de morfina. Seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu", foram cantados por Édith em sua memória.
Em 1951,, o jovem cantor Charles Aznavour,converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou a decolar sua carreira, levando-o em turnê pelos EUA e pela França e gravando algumas de suas músicas. Em setembro de 1952, casa-se com o célebre cantor francês Ja, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958, e piora seu já deteriorado estado de saúde e sua dependência em morfina. Edith grava novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.
Em 1962,Piaf casa-se com Théo Sarapo (Theophanis Lamboukas), um cabeleireiro grego que se tornou posteriormente cantor e ator, 20 anos mais novo do que ela.
Edith Piaf morreu em 10 de Outubro de 1963, à Plascassier(na localidade de Grasse nos Alpes-marítimos) aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida. Ela alugara uma mansão de 25 cômodos perto da praia, onde passou dois meses de descanso com amigos e com o marido. Segundo seu acordeonista, Marc Bonel, foi um período de muitos gastos: almoços e jantares para 30 ou 40 pessoas todos os dias, regados a champagne e a uísque.
Piaf, por medida de economia, transferiu-se para uma herdade em Plascassier, apenas com a enfermeira, o acordeonista e a secretária, o empresário e o marido, que a essa altura, trabalhava num filme em Paris para "assegurar o dinheiro do casal", como dizia a própria Piaf.
Termino aqui um pouco do que sei a respeito dessa grande voz, grande mulher, grande figura, que será imortalizada por todos aqueles que assim como eu; respeitam e amam a música francesa e seu principal símbolo: Edith Piaf.