terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Continuando a falar um pouco mais sobre a grande Edith Piaf, hoje gostaria de contar sobre algumas passagens de sua vida e carreira,Edith Piaf nasceu Edith Giovanna Gassion em Paris no dia 19 /12/1915 e morreu em Grasse no dia 10/10/1963, dos 3 aos 7 anos, Piaf ficou cega devido a uma grave infecção nas córneas chamada ceratite, nessa época Edith vivia em um bordel na cidade de bernay, na Normandia; com sua avó paterna; as prostitutas logo se afeiçoaram a menina, e segundo sua biografia ela curou-se por um milagre recebido de Santa Tereza de Lisieux; verdade ou não; Edith tornou-se devota da santa levando-a em seu peito até sua morte. A mãe de Edith Anneta Giovanna Maillard era uma fracassada cantora de cafés nos subúrbios da cidade, seu pai, louis -Alphonse Gassion, era da Normandia; era acrobata de rua, com um passado pelo teatro parisiense; ambos abandonaram a pequena menina. Em 1922, o pai de Edith a levou da casa de sua avó para vive com ele e frequentar circos intinerantes, em 1929, aos 14 anos Edith acompanhava o pai em perfomances pelas ruas de Paris, nessa época Edith cantou pela primeira vez em público; sua primeira canção foi o hino da França, empolgando à todos com sua voz _ ainda infantil _. aos 15 anos Edith deixou a companhia do pai e foi viver sozinha no Grand Hôtel de Clermont, cantava pelas ruas, em troca de poucas moedas, foi então que conheceu sua grande amiga Simone Berteaut, tal amiga a acompanharia até seus últimos dias. Simone também era cantora, mas foi a voz forte de Edith que chamou a atenção de Louis leplée, dono do cabaré le Gerny"s, situado na avenida Champs Élysées, em Paris, aí começava o vôo do pequeno pardal, que em francês fica La Môme Piaf; nome artístico dado por Louis... ( continua).. Um vídeo de uma das apresentações de Piaf, cantando um de seus grandes sucessos: Non, je ne regrette rien, ao lado músico Charles Dumont.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Para os eternos amantes da música francesa; um dos ícones é Edith Piaf, maravilhosa voz, que lembrava um trinido de um pássaro, uma mulher forte, à frente de sua época, com estilo único ela moveu uma época inteira, fica para sempre clássicos como: La vie en rose; la croix; Hymne a l'amour entre outros....

Exclusão
Abri meus olhos; meu corpo não obedecia aos meus comandos, não conseguia mover os braços e a cabeça, me sentia estranho. A única que visão que tinha era a de um grande relógio de parede pendurado em frente minha cama, mas eu não conseguia decifrar as horas, não sabia se os ponteiros marcavam seis horas ou meio-dia e meia. Minha mente parecia atordoada e somente conseguia ouvir alguns murmúrios e choramingos vindos de outra parte da casa.
Procurei esforçar-me o máximo possível e vi ao lado da cama minha cadeira de rodas, com imensa dificuldade consegui fazer a transposição da cama para a cadeira, cheguei até a cozinha e percebi algumas pessoas olhando-me assustadas, não as reconheci, fui direto para o banheiro; sem saber o que falar ou pensar peguei uma velha lâmina de barbear que se encontrava sobre a pia; num súbito passei a lâmina nos dois pulsos, o sangue jorrou pela louça branca da pia, finalmente entendi o que havia acontecido: Eu havia enlouquecido.
Acordei em um ambiente branco, algumas camas estavam dispostas paralelamente umas às outras, um cheiro forte de álcool tomava conta daquele lugar, eu estava amarrado à cama por faixas e os pulsos cobertos por um curativo, um líquido amarelo corria por um "caninho" e entrava diretamente em meu braço direito - deve ser por isso que me sentia leve, estagnado - dormi novamente; acordei e já não estava mais amarrado à cama, nem tinha o "caninho" em meu braço; senti uma sede intensa, tentei alcançar a pequena garrafa de água que havia na mesinha ao lado da cama, inutilmente; ela caiu; uma mulher aproximou-se e prontamente serviu-me água que tomei em grandes goles,a mulher era uma enfermeira e contou-me que eu havia tido uma grave crise depressiva, disse-me também que eu estava ali há mais de quatro dias, sendo sedado periodicamente.
A enfermeira apresentou-se como Ângela e disse que se eu me sentisse melhor poderia me sentar um pouco, o que fiz com cautela. Após alguns minutos sentado,Ângela convidou-me para sair do quarto, relutante no começo, depois aceitei seu convite. Ângela empurrava-me na cadeira, pois não conseguia ter forças para isso, chegamos à um grande pátio,a luz do sol me ofuscava a visão, aos poucos meus olhos foram enxergando aquela imagem horrenda:dezenas de homens e mulheres de várias idades vagavam pelo pátio, alguns maltrapilhos, outros desnudos; outros estavam sentados apoiados nas paredes e pareciam brincar com alguma coisa inexistente, algo imaginário. Ângela percebendo meu choque diante daquela cena perguntou-me se estava com fome; como ela não obteve nenhuma resposta, levou-me de volta ao quarto, saiu por um instante e voltou com uma bandeja com vários mini-comprimidos coloridos, disse para tomá-los e que me sentiria melhor.
Quando acordei haviam passado várias horas, decidi levantar-me e sentar, percebi que as camas que antes estavam vazias, agora estavam ocupadas por mulheres e homens, sentei-me na cadeira de rodas e com um sentimento de pânico saí daquele quarto onde ouviam-se gemidos, palavras desconexas.Depois de alguns dias fui informado por um médico que eu estava internado em uma clínica psiquiátrica e que deveria seguir o tratamento contínuo, tal tratamento propunha doses diárias de mini-comprimidos coloridos, terapia psiquiátrica com um profissional, atendimento psico-social e ajuda familiar.
Permaneci interno por dez longos meses, a forte medicação me mantinha inerte quase todo o tempo, as refeições eram feitas coletivamente no refeitório, onde os doentes amontoavam-se para comer, alguns tinham crises inesperadas, sendo necessária a intervenção dos enfermeiros.
Com a ajuda dos especialistas, os medicamentos foram diminuindo e passei a "clarear" meus pensamentos.
Hoje guardo as lembranças de um capítulo em minha vida que não poderei esquecer jamais.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Amor, relativo amor
Esse sentimento chamado amor nos remete à vários outros tipos de sentimentos; são muitas formas de amar e certamente você já vivenciou ou conhece alguém que já viveu. O amor sempre vem acompanhado de outro sentimento; quem nunca sentiu o coração acelerado e o suor frio, ao deparar-se com seu grande amor ameaçado pelo ciúme? ou, quem não se emocionou ao ver seu ente querido chegar em casa quando você se encontrava na mais profunda solidão?
No momento em que um pai recebe nos braços o filho que acabara de nascer, esse é um amor incondicional e muitas vezes irracional, pois o amor pelos filhos nos cega, não nos permite assumir seus erros e defeitos. E aquele que tem o privilégio de deter o poder consigo e usa isso em próprio benefício, fazendo da nossa democracia uma verdadeira fogueira das vaidades, demonstrando o seu ambicioso amor pelo dinheiro? E aquele jovem hipócrita que bate no peito - e na farda - o amor por seu país e logo depois atira e mata aquela criança que se encontrava no farol pedindo para ser ajudada? Ah! sublime amor, que é motivo para tantas discussões; mas, apesar de tudo não existe melhor sentimento para poder experimentar e vivenciar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um começo apenas....

Quando criei o Blog ( com a ajuda meu irmão de alma : Lauro Goulart), decidi colocar para todos aquilo que escrevo nas horas livres; não tenho nenhuma pretensão literária, nem tão pouco exibição gratuita, apenas gostaria que as pessoas que se interessarem por minha história e pelos meus textos possam tirar pelo menos um vírgula que seja para si;hoje me sinto um sobrevivente à tudo e a todos; não sou exemplo de vida para ninguém; mas decididamente tenho experiências à serem contadas ( e são muitas as histórias...); meu único compromisso é comigo mesmo, com minha consciência e com minha verdade; portanto, todos os envolvidos em minha história podem - ou não - serem verídicos; isso o tempo dirá; leio muito, sempre li, leio tudo e quero compartilhar um texto de Carlos Drummond de Andrade ( à quem devo ser grato à minha atual professora: Denise lelles, quem fez chegar até minhas mãos este texto). espero que gostem tanto quanto eu...
Namorado: ter ou não, é uma questão

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas, difícil porque namorado de verdade é muito raro, necessita de adivinhação, de pele, de saliva, de lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. a proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor, é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Morais ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário(...)
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repenteno fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho, e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
ENLOU-CRESÇA.